O poeta Manoel de Barros preferia dar entrevistas por escrito. “O de que não gosto é de dar entrevista oral”, escreveu para um repórter. “Aquele ferro perto da minha boca, o microfone, me paralisa, me inibe. Me perco de mim. (...) Quando tem gente me olhando, me ouvindo, sou igual lesma, me enfio pra dentro.”
Esta publicação propõe uma narrativa baseada nessas respostas que o artista enviou para jornalistas. Os textos apresentados são rascunhos manuscritos ou datiloscritos arquivados pelo poeta, que exaltou a grandeza dos seres e objetos menos valorizados pela sociedade da máquina, do consumo e do descarte.
Material editado em parceria com Heloísa Iaconis e Marcella Affonso. Versão impressa distribuída gratuitamente para o público da exposição homônima, apresentada em 2019 no Itaú Cultural.